quinta-feira, 7 de outubro de 2010

"As pessoas bebem para tornar os outros interessantes"

No domingo passado eu votei, e isso não está em questão. O que realmente aconteceu foi que eu entrei em um túnel do tempo. Tive de ir no meu antigo colégio, tive de atravessar todo o pátio onde na terna idade, eu costumava formar, cantar o hino, brincar e merendar... passar pelas salas em que eu estudei da primeira até a oitava série. Pouca coisa, fisicamente, mudou lá. E tenho a sensação de que as pessoas que estudam nessa escola hoje, ainda possuem o mesmo que possuíamos há 10 anos... mesmo como todo esse tempo passado eu senti o mesmo que costumava sentir quando estuda lá, algo do tipo, “eu não faço parte disso!”.


Essa escola era, e aposto que continua sendo, uma tentativa falha e de terceiro mundo, de um High school. Tudo e todos nessa escola, se sentem com num filme adolescente. Substitua o futebol americano pelo handebol, substitua as lideres e torcida pelas vencedoras do “painel de dança”, substitua o baile de formatura pela “Festa da primavera”. Aposto que hoje, como quando eu estudava lá, ainda tem os excluídos, os sacaneados e todos os outros coitados saídos dos filmes...


É bom sair de um lugar como esse e perceber que a vida não é feita de personagens! Ao contrário, a vida é feita de amigos de verdade, que te aceitam e que você os aceite e não há padrão nem regras só há amizade sincera. A minha escola de ensino médio era assim, ela me apresentou os amigos mais verdadeiros que eu já tive, ironicamente muitos deles vindos da minha antiga escola!

Na nova escola quase todo mundo se conhecia e se falava, não havia ninguém que fosse maior que o outro, sabe?
Nessa escola eu tive casos com gordos e magros, fui amiga de heterossexuais e homossexuais. Nessa escola eu colei da mais inteligente numa prova de matemática e eu dei cola na prova de geografia, inventei um método de comunicação a distância para as provas de múltipla escolha. Participei de um grupo de estudos com as crânios de cada matéria, participei de um blog “nós do canto” e muitos da turma entravam pra ver o que fazíamos...
Eu me apaixonei pelo professor de português, e depois pelo professor de geografia, tinha uma quedinha pelos professores de história, porque eram tão idealistas que me inspiravam. Bom, era tudo tão legal, que não me admira que a escola esteja falindo! Os personagens mudam o tempo todo!



Quando eu sai de lá e fui para a faculdade, fui me deixando levar, sem saber bem o que eu realmente queria. Agora eu percebo que não estava preparada pra deixar a escola, e de um certo modo eu ainda não deixei. Os meus amigos ainda são os mesmos, e é só o que tenho, a vida acabou acontecendo pra gente e eu sinto muito orgulho do que cada um tem feito por si próprio. Eu sei que quando preciso, embora eu insista tentar recorrer em outros lugares, sempre são eles que me estendem a mão que me salva dos apuros.



No sábado antes das eleições eu fui à casa de uns amigos loucos que pensam que são artista, mas a única coisa de artística que sabem fazer e fumar maconha o dia todo. Quando vejo isso, eu penso, “que cafona! (ou ainda) Larica engorda” e quando me oferecem eu penso, “talvez fosse bom aceitar, quem sabe as coisas não ficariam um pouco interessantes?!”



Alguém, em algum lugar, uma vez disse algo do tipo:
"A bebida serve para tornar as pessoas interessantes"

Portanto, sempre acabo com um copo de caipirinha especialidade do meu amigo Guilherme... a caipirinha básica do pai de todos Gui: Pinga, um bocadinho de açúcar, o tradicional limão e algumas pedrinhas de gelo... isso parece bastar pra me fazer achar a situação um tanto interessante!


Mas, o que quero dizer com tudo isso é que amigos como: Rita, Carla, Drika, Aline, Mandeka, Priska, Filipe (com I), Cíntia Caroline, Renata, Ellen. enfim o “nós do canto” a caipirinha entra não para os deixar interessantes e sim MAIS INTERESSANTES.
As pessoas entram e saem da minha vida e eu sempre fico sentido saudade, mesmo das coisas mais absurdas que elas façam ou pensam... Esse simples movimento da vida me faz lembrar do que o espiritismo diz: “quando uma pessoa não tem muitos amigos e ainda assim não se sente só é porque ela sabe que tem amigos em outros planos”.

Bom, eu não sei se tenho tantos amigos amigos quanto eu gostaria de ter em outros planos, mas o fato de eu ser esquiva me fez levar as útimas consequencias o que decrevemos como "antes só do que mal acompanhada". Seguindo com os ditados populares: "Diga-me com quem andas e eu te direi quem és"... escolhemos e somos escolhidos por quem andamos e falamos, e o melhor dessa história é que quando escolho ou sou escolhida por alguém, sei que os acontecimentos da vida podem me fazer sentir saudade, mas sempre vejo uma continuidade, três pontinhos que me ligam aos amigos "free" então sei que não há espeço para solidão.



Ps:. Gostaria de deixar uma observação pra dois amigos loucos, os meus favoritos, Guilherme e Tatá. Vocês são os mais fodas e os verdadeiros artistas. Como Wilde diz: "tal como a música, a pintura, a escultura, a vida também produz suas obras de arte". Desse modo, não ligo de pirar com vocês, sempre nos embriagamos muito mais com as coisas do que pelas coisas.