quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Entre dois poetas

Eu sangro tuas feridas,
Choro tuas tristezas,
Lamúrias do medo.
Nossas lentes cedo avistam crime e justiça.
Criamos e alimentamos,
Odiamos em cada cada-falso que te afeta a memória
E me leva a um palco de história
Fazer dos ventos os teus sussurros,
Dos esquecimentos nossos vultos.
Eu quero ser livre para chorar quando morreres em meus braços.
E sorriremos enlaçados
Faço de teu choro meu pranto,
De teu renascer meu canto,
De tua dor uma chama,
Da vida uma cama.


Quero te dar filhos,
Quero arrancar meus cabelos
E prender com os fios
Teus lábios tristes de poeta.
Eu agora,
Tento rimar tua beleza,
Arquitetônicamente,
Construir tua sutileza
Unicamente para mim.

...


Dar-te-ei um filho dos meus lábios,
Em afagos úmidos á teia tua, que interpenetra-me.
Na leveza lenta de teu abraço, me solta o cheiro do seu pulmão
Inscrevo-me na reza que é teu sorriso como uma fumaça
Nadando em teu peito, de braços abertos,
Me embrulho em teu ventre.
E da placenta tua, os nossos gametas são umbilicados até meu útero
Que nos regurgita um sopro de ar


Amo-te,
Por isso não desejo decifrar o amor,
Minha essência carnívora apenas quer carregá-la
[ consigo aos sonhos infindos de Platão.
Minh’alma quer largar-se de mim em busca da tua,
Me revelara o súbito que lhe tomara...
Chamarás a tua alma,
E de ti, sairá.
Puxarás pela essência,
E levarás para bailar ao etéreo,
No Éden destinado aos poetas (poetisas)
até aqueles (aquelas) que não sabem que são.
Rodopiarão e se entrelaçarão
Em meio às palavras dos antigos mortais...
Petrarca se afastará;
Camões duelar-se-á;
Gregório se punirá
E Maiakovski declamará por ressurreição.
E nós,
De corpos desalmados,
Como Zumbis que procuram sua liberdade na floresta,
na floresta das almas inquietantes,
estenderemos os braços e com olhos adormecidos,
nos cruzaremos.
E na bruta Terra que forra nossos pés calejados,
Sem a vestimenta que cubra a dor,
Bailaremos no compasso,
Regido pelos passos de nossas almas,
E conheceremos o amor.

Nossos corpos,
Num certo rodopio, formarão um só desejo,
Um só corpo,
Uma só morte
Um só amor...

...
 
 
Fale-me sobre o amor
E de todas as árvores sem folhas,
E de todas as rimas sem lógica.
Nesta frieza que cai de seus olhos esta a sua inocência que me faz
Miseravelmente explodir em sentimentos, destruir-me em palavras.
E essa dependência ela não me deixa ser livre como eu deveria de ser.
Se meus poemas servissem,
Eu seria feliz.
Morrer em seus braços seria a felicidade.
Mas a pior tristeza é saber que suas lagrimas não cariam.
Em saber que o ser que mais odeia coisas melosas, queria lhe dizer:
Eu te amo.
Eu te amo.
Eu te amo.
Eu te amo.

 
 
Ps:. de qualquer forma, dois poetas produzem muitas palavras para pouco amor. Quando me calei foi o momento no qual vedadeiramente amei!

Desenhos...















Pontilismo... ao vivo fica melhor










Tentando reproduzir um Picasso























Esse eu chamo de "Chegando ao O"








Inspiração da mamãe!









Fisicalidade da música












Era pra ser um casal que parece com um violão




















Instrumentos...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Já que é pra falar de bulimia...

Achei essa apropriada para a ocasião!


"ME VÊS COMO A FLOR DE CRISÂNTEMO, O CORPO MACIO QUE LHE ABRAÇA E LHE AMA, A CHAMA SERENA DE UMA VELA, TODA A SABEDORIA QUE JAZ NUM LIVRO. MAS SE ESQUECES QUE MEU PODER ESTAR EM LHE DESTRUIR, COMO SOU CRISÂNTEMO, TAMBÉM SOU PÉTALA MORTA, ALÉM DE CORPO MACIO QUE LHE ABRAÇA, TAMBÉM SOU ESFINGE FRIA E MORTA A SUA FRENTE, NÃO HÁ SÓ A SABEDORIA DE UM LIVRO, MAS TAMBÉM A IGNORÂNCIA DE TODOS OS HOMENS, EU SOU O INSTINTO DE SUA BESTA E A INTUIÇÃO DE SUA ALMA."*

*SANTANA, Edgar de Carvalho. Léxico.

Viagem doida...


Queria por algo íntimo, como, algo que eu esteja sentindo. Escrevi algumas coisas que fazem o tipo "estou com pena de mim!" achei tão cafona, e resolvi não postar.

Então lembrei que teve uma época em que sair de casa era como entrar em um buraco negro, me sentia como o Alex do laranja mecanica depois que volta do centro de reabilitação...
Eu brincava de me esconder atrás alguém...

Funcionava assim, eu escolhia uma pessoa, de preferencia gorda ou alta, e ia andando atrás dela o máximo de tempo que podia, era como um escudo contra os olhares dos outros.


Quando a pessoa ia por um caminho que não era o meu, me sentia nua, sabe? Precisava buscar outra pessoa pra seguir, o mais rápido possível. Alguém em quem eu pudesse me esconder do mundo, e ao mesmo tempo viver... só viver sem ser percebida!


Nessa época eu ouvia Silverchair, eu vivia trancada no quarto... eu havia me conformado com o fato de não gostar de mim... e havia me convencido que suicidio era cafona, e drogas dão dor de cabeça e fome rsrs
Derrepente, tudo volta a incomodar um pouco. me pergunto se isso é porque ando precisando escutar Janis Joplin no vinil e fazer amor depois de tomar um vinho e fumar unzinho.
Ou será que tudo esteve flutuando por um tempo, e agora sim voltei a tocar o chão?
De todo modo, as borboletas da barriga me tiraram dos dias tristes... é uma forma de me amar também!
Ps:. algumas desculpas rolaram por eu ter retalhado meu cabelo... e até culpados foram apontados... mas eu sei da verdade, e ele, meu cabelo, também sabe! Sinto falta dele tocando minha cintura! O bom, é que a parte morta do nosso corpo sempre cresce... ao contrário do resto, ao menos o meu resto só cresceu até 1,53cm!


sábado, 25 de setembro de 2010

Laranja Mecânica





Mesmo com toda apologia á violência, esse filme é um dos meus favoritos. Mais uma vez recorro ao mestre Godard, que disse, “a arte pode transfigurar a vida mas não pode criá-lá”. Está, então, justificado o conteúdo aparentemente violento do filme, que não deve ser visto com olhar moralista... É um filme provocativo, e como boa obra de arte, trabalha com o inesperado. A questão arte e sociedade deve ser considerada, claro, mas não com olhar superficialmente focado no cru, porque este filme é um biscouto fino!
Gosto de pensá-lo como uma reflexão das vanguardas da arte e, porque não, da política! Toda a tentativa de levar a arte ao cotidiano sofre resistências de todos os lados... essas buscas utópicas por transformações culturais e sociais através da arte, estão intimamente ligados a violência. A cada vez que chegamos aos limites das experiencias artísticas, seja qual for a natureza, estamos trabalhando também nos limites da violência...
Os modelos são inúmeros... Martin luther King e Jesus Cristo ou Malcom X e Moisés. O olho por olho, a arma na mão, a diplomacia e o amor, tudo é violento. O livro e o filme são violentos porque percorrem as artes e a política, e desse modo, não poderia fazê-lo de outro modo que não fosse externando o caos pessoal dos personagens, que controlam e são controlados.
No último capitulo do livro no qual o filme se baseia, há uma reconciliação entre Alex e a sociedade contra qual ele se revoltou... o filme, não mostra isso, o homem é convertido à técnica e já não tem poder de escolha. É justamente contra essa condição robótica, que Alex se revolta. Ele quer defender o homem do processo violento de civilização e ao mesmo tempo, é a personificação da arte.

O filme é dividido em três atos, no primeiro Alex (como Deus da arte) passeia por entre as artes: teatro, dança, música, artes plásticas... e ao fazê-lo os transforma violentamente, através da própria vida, porque vive uma eterna performance. Alex controla, ele dita, por isso espanca um velho logo na primeira cena, é seu aviso de que pretende romper com as tradições. A última cena do primeiro ato, é a morte de uma colecionadora de arte, que reafirma a vontade de transgredir de Alex que possuía o controle de si e fazia outros reféns...
No segundo ato, Alex é pego pela sociedade de controle para controlar seus atos de violência, para isso ele é violentado.
O último ato Alex está sem controle de si, anda agora controlado, mas percebe que não poderá viver sem violência em uma sociedade violenta.

Espremendo a Laranja...

Primeiro:
Nos colocando no lugar (palco) de Alex, vemos que o personagem em si não é violento de modo cru, ele age com violência performática, sua violência é a arte do seu tempo. Por isso ele espanca o velho, ele espanca a tradição, o atraso social.
Na cena do estupro no teatro, Alex interrompe o estupro como um diretor faria, e a cena mostra o ato como uma dança desconexa. Ele não diz que estuprar é errado, e sim que estuprar com roupas e emblemas nazistas é cafona. A forma como o estupro foi feito é que foi mais “estuprante”... A dança aparece mais uma vez, na briga de Alex e Billy Boy, dança contemporânea.
Ao desconstruir a música “cantando na chuva” Alex mostra o que é “amor” em sua fisicalidade (ainda que isso parece subjetivo, mas vamos viajar na idéia...), e a dança e o teatro se unem, como num musical.
A música “Ode a Alegria” é uma constante... ressaltando o sentido filosófico de arte perfeita. Esse olhar filosófico sobre a “sacralidade” da música é sublinhado por Alex durante a cena da saideira na leiteria, quando uma mulher canta Ode a Alegria e um dos seus parceiros faz piadas, Alex fica irritado porque compreende o sentindo intimo de obra de arte que é capaz de transformar.
Os amigos de Alex, não o compreendem. Um exemplo é a cena em que Alex dá uma paulada em um dos seus amigos, Alex quer performance, não quer tirar proveito algum, quer ter o prazer que um criador tem em criar.
No contexto do filme, a mulher que Alex mata com um pênis gigante, é quem possui a violência nas mãos, por ser burguesa e chamá-lo de miserável, por pretender ditar o que é arte. Como personificação da arte, Alex descarta os princípios tradicionais ao matar a personificação de um ditador de moda.

Segundo:
Alex e as instancias da lei.
1.A delegacia inglesa que tortura com lei radical
2.A prisão, que põe Alex nu e o chama por um número assim como nos campos de concentração
3.O Centro: animaliza Alex, que é domado com tratamento cinematográfico, mostrando a violência que é estar em uma sala escura, olhando para uma grande tela, ouvindo um som alto e estando limitado a uma cadeira, devendo silencio. Põe o cinema como a arte mais violenta.

Último ato:
Quando Alex toma consciência de que não é possível viver sem controle. Reencontra pessoas que se vingam, encontra os amigos (antes “criminosos”) nesse momento são policiais (mostra que não há diferença entre o crime e a lei)
Alex nos mostra que não se pode viver sem violência em um mundo violento. Temos aprova de que Alex era mesmo um artista de seu tempo, a única possibilidade de arte de vanguarda, porque vivia inteiramente a arte do seu tempo.
Quando Alex é levado ao centro, é como se uma obra de arte feita para ser manuseada, fosse entregue ao museu, encontra-se com suas funções originais subtraídas de si.
A cena final, onde ele pensa estar transando para uma platéia que o aplaude, garante mais uma vez sua condição de ser a personificação da arte, por elevar a luxúria do seu tempo ao statos de arte.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

me sinto assim... um tanto Beauvoir sobre você











"É, talvez, nesses instantes em que o vejo distanciar-se que ele
existe para mim com mais perturbadora evidência: a silhueta alta
diminui, desenhando a cada passo o caminho de sua volta; ela
desaparece, a rua semelha vazia mas, em verdade, é um campo
imantado que o reconduzirá a mim como a seu lugar natural.
Essa certeza me comove ainda mais que sua presença."
(Simone de Beauvoir)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Por falar em saudade...

Dalva de Oliveira
ADEUS AMOR EU VOU PARTIR;
OUÇO AO LONGE UM CLARIM!
MAS ONDE EU FOR IREI SENTIR;
OS SEUS PASSOS JUNTO A MIM.
ESTANDO EM LUTA,ESTANDO A SÓS,
OUVIREI A TUA VOZ.

A LUZ QUE BRILHA EM SEU OLHAR;
A CERTEZA ME DEU,
DE QUE NÍNGUEM PODE AFASTAR.
O MEU CORAÇÃO DO SEU.
NO CÉU NA TERRA ONDE FOR;
VIVERÁ O NOSSO AMOR.


Ps:.
Sinto uma saudade muito orgânica, sempre senti.
Minha infância foi marcada por saudades tristes...
Saudade de tias e primos... saudade de mãe, pai, irmão
Saudade de animais de estimação.
Uma saudade que me abate antes mesmo da minha partida,
A vida me acostumou ao vazio do mundo.
Todos temos tão pouco, eu sei.
Na verdade, eu só tenho você!
Então, chorar é só uma forma de sentir pena de sí,
De se afogar em um abraço dos seus próprios braços.
Beber água depois disso, é só uma forma de seguir.
Porque sinto que vou demorar uma vida inteira para acabar com essa saudade.
Acho que nascer é um modo de morrer.
Se amorte não existe de fato, eu "morri" quando nasci.
Deixei muita gente "por lá"
E a saudade é orgânica.

domingo, 12 de setembro de 2010

5 x Favela: sempre fomos nós mesmo...

Leon Hirszman

Um dos meus diretores favoritos do cinema novo.
O primeiro filme dele que vi foi “Que país é esse?”. Um filme de 77 que pôs o dedo na ferida, ditadura. Tanto quando a música do Legião... ao meu ver, a música é um ótimo espelho do filme, ambientada, é claro, na sua época.

A contribuição de Hirszman para o “Cinco vezes favela”, episódio “Pedreira de São Diogo” de 62, é um dos vários filmes dos quais sempre ouvi falar, mas não pude assistir.
Quem sabe agora, que falar de favela voltou a moda, as salas de cinema não possam resgatar os episódios que perdemos.

Não entendi exatamente, o fato do novo “Cinco vezes favela” ter em seu subtítulo “Agora por nós mesmos”. Será que o cinema novo não estava falando por nós mesmo?
De fato não moro em favela, mas já fui em uma buscar uns “brinquedos” e mesmo os que não “brincam”, falo pelos cariocas, são da favela, fazemos parte disso! Achamos balas perdidas em nossos corpos, em nossas paredes...

Bom, o que eu penso de fato é: mais um filme que, já em seu título, separa o morro do asfalto. Em linhas gerais, digo com todas as letras NÃO VI E NÃO GOSTEI.
Nada contra os novos diretores, imagino que deva ser um bom filme, eu verei... mas o título já pecou. Nós mesmos, não somos índios, que vão aos museus de ciências naturais, corrigir as exposições. Nós mesmo, somos vizinhos de quarto.

sábado, 11 de setembro de 2010

Poesia zero

Pensei em por aqui, uma das muitas poesias que eu pensei ter feito anos atrás.
Lendo os velhos papéis escondidos em uma velha caixa de sapatos em baixo da minha cama, percebi que o que fiz não foi poesia, e sim um readymade, assemblage ou qualquer coisa que sirva de união entre produtos industriais, papéis colados e o efeito do tempo.
Não sabem como o tempo trabalhou nesta caixa de sapatos...
e nos papeis dentro dela, nos cadernos e cartas de amores antigos.
Eu não assisti o tempo trabalhar sobre a minha caixa, só notei a diferença... e ainda há mais por vir
Eu não assisto o tempo trabalhando sobre meu rosto... e ainda há mais por vir.
O mais estranho foi que eu não senti o tempo trabalhando dentro de mim, e lendo o que escrevi percebi o quanto eu mudei... e ainda há mais por vir...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Eu também sou...


Sobre o Lord da postagem anterior, fiquei muito ligada ao ver que o narcisismo que também nos une vem de tempos...
Não sou o tipo de pessoa extremamente bonita, nem inteligente, se quer tenho dinheiro pra comprar tais coisas... se tivesse, provavelmente não seria isso que eu compraria!
Apesar de ter consciência de quem realmente sou, existe algo em mim que me coloca em um pedestal... como a Vênus de Milo
Mentalizo como um mantra humildade, humildade...
Mas eu sei que, diferente do que muitos dizem, quanto mais eu sei, mais eu me surpreendo em saber que eu sei, e não o oposto.
Penso se isso pode ser algum problema como, bulimia ou TOC? Imagino se esse é meu mecanismo de auto flagelo social, que se por um lado pode me por no centro das atenções, pode me tirar de lá, como fez meu irmão ao nascer. Penso se não seria preciso fazer análise? Penso, então que adoro ser assim...


Eu sou uma performance...
Uma imagem não é "just an inmage" é um Happening
A alma da pop art, uma parte de Lichtenstein.
Esperando o dripping de Pollock!
Do suprematismo ao abstracionismo geométrico de Malévich.
Eu sou um serigráfico de Warhol
Um verdadeiro readymade
Ou ainda, além da arte de bolso de M. Duchamp...

Eu sou a arte ambulante, do museu e da rua
Como os "bichos" da Clark, arte pra brincar!
A base do "não-objeto" de F. Gullar

Uma "Banda à Parte", qualquer parte
Do sorriso de "Monalisa" ao "Quadrado preto sobre fundo branco"
Transgressor e violento como o hilário"What's up, tiger Lily?"...
Transgressor e performático como o violento"laranja mecânica"
Transgressor e romântico como a morte do Brando no "Último tango..."

"We are only what we feel" Meu Petit Soldat !
Como na música do Renato e no filme do Buñuel e Dalí …
"L'Âge d'Or" Cherry...
Teu corpo é gostoso, teu rosto é bonito

“Não sei mais se é só questão de sorte!”

Agora só me falta um vestido preto bem justo, salto alto, vinho tinto, unhas pintadas de vermelho pra combinar, e um cigarro, um batom vermelho nos lábios só pra tirar...

Eu sou...


Não dá pra começar a ler um livro, sem antes ler a apresentação, uma parte tão interessante quanto o próprio livro, na qual ficamos sabendo das fofocas históricas dos caras que a gente lê. Depois de sermos ambientados, ficamos mais abertos a entrar na história, acabamos nos identificando, lemos outra vez só pra sublinhar a quele trecho que achamos a nossa cara...
Decidi, então, pensar em qual seria o escritor ou escritora que seria mais a minha cara...

Começei a recordar de grandes máximas de um certo cara, pensei em coisas do tipo:

"o que é uma mentira? É apenas a verdade mascarada"
"Comer,beber,e amar... O resto não vale um níquel"
"Na sua primeira paixão, a mulher ama o seu amante; em todas as outras, do que ela gosta é do amor."
"A recordação da felicidade já não é felicidade. A recordação da dor ainda é dor"
"A vida é como o vinho: se a quisermos apreciar bem, não devemos bebê-la até à última gota."
"O entusiasmo é uma embriaguez moral."

Pensei em minha vida, e cosiderando o fato de ser mulher e de não estar na TPM, não tenho problemas em assumir que, quando em TPM vivo verdadeiros momentos caóticos que unem narcisismo e angústia, o que me dá uma grande irritabilidade e uma enorme vontade de chamar a todos de idiotas...

Ligando os pontos, me dei conta de que o Lord Byron podia ser meu melhor amigo!

Bem que eu queria levar a vida como uma boêmia da Lapa (acho que ele moraria na Lapa, não?), viciada em bebida, drogas e sexo, mas acho que meu pai não ia me apoiar tanto...

Por outro lado, sou a prova viva de que "tragédias terminam em morte e comédias em casamento." Além disso, quando se tem uma família tão grande que tem dois lados, em sua maioria "as novidades agradam menos do que impressionam"...

Por fim, não me surpreendi ao tomar conhecimento do que eu considero um pacto de sangue, digo, de bosta entre Bayron e eu, digo isso pelo fato de ficarmos longos períodos sem comer e depois tomar laxante!

Definitivamente eu leio o Bayron!

E o filme nasce novo ...

Em uma aula de filosofia, depois de assistir Laranja Mecânica, ouvi o professor dizer algo como: a maior força de um filme está na discussão das ações ocorridas. Penso então que, por sua vez, isso naturalmente nos levará a lutas contra a distorção.Como uma oração, sempre me disseram que toda obra de arte possui a intenção de ser indiscutível em sua representação, qualquer arte é sinônimo de verdade e prova,de ponto final... mas nem toda arte consegue ser total como são as produções de Godard, é clichê dizer que um filme nasce novo a cada vez que é visto, ainda que seja pelo mesmo espectador. Se a prova ou o argumento na arte também afirmam que algo aconteceu, a análise da obra nos faz entender o porque. A obra de arte total abre novos ângulos de compreensão, e consegue ser eficaz em cada um deles, ao contrário de obras com argumentos incompletos.

Viver a vida...


Viver sa vie (viver a vida) não foi, nem é aclamado, acho que mesmo os críticos de botequim não viram o brilhantismo dessa peça. A crítica coloca o filme na lista dos fracassos do diretor. Mas eu acho este um belo filme, assim como a maioria dos filmes de Godard, não precisou de passagens notáveis, difíceis para dar um poder real às ideologias do diretor. Foi um Cocteu: cinema + artes gráficas = imagens referentes às idéias.
Os meios usados para mostrar e demonstrar o que os outros dizem e fazem não são importantes se os personagens representam o que deve ser representado. Quem realiza essa tarefa nos filmes de Godard, ao meu ver, não são verdadeiramente os atores, que “para um diretor de verdade são apenas ferramentas”, é o próprio Godard, que o faz através dos recursos cinematográficos. A maioria dos atores dos filmes dele, não eram atores, viraram atores a partir do trabalho com o diretor, de fato, me arrisco dizer que, são atores apenas para um diretor de verdade, um diretor da Nova Onda, como já não se fazem mais...


Sinopse: Nana é uma jovem que abandona o seu marido e o seu filho para iniciar sua carreira como atriz. Para fi- nanciar sua nova vida começa a trabalhar numa loja de discos, mas não ganha muito dinheiro. Como não consegue pagar o aluguel, é expulsa de casa e decide virar prosti- tuta. No primeiro dia que começa a trabalhar na rua, re- encontra Yvette, uma velha amiga que lhe confessa que também se prostitui por necessidade. Yvette lhe apresen- ta a Raoul, que se converte em seu catetão. A partir des- se momento, Nana irá introduzindo-se progressivamente no mundo da prostituição.

Ficha técnica:

Direção: Jean-Luc Godard

Roteiro: Jean-Luc Godard
Título Original: Vivre sa Vie
Origem: França
Duração: 80 min
Idioma: Francês
Legendas: Português
Formato: rmvb
Tamanho: 272 MB
Servidor: Megaupload

Link para baixar o filme: http://www.megaupload.com/?d=RTLI5ML6

O Desprezo...


Lê Mépris (O desprezo) até que recebeu méritos da crítica especializada, mas acho que esses críticos (cegos) não viram os defeitos do filme, deixaram a noção de produção milionária garantir a qualidade de um filme repleto de erros, o que, para um diretor sem qualquer filme defeituoso, soa como postos por intenção. Uma produção milionária, cheia de defeitos, por outro lado as econômicas são simplesmente perfeitas.

Sinopse: Paul Javal é um roteirista que vai para Roma trabalhar numa adaptação de A Odisséia, de Homero, que o diretor Fritz Lang está rodando na cidade. Paul é casado com a bela Camille e se arde de ciúmes quando ela aceita uma carona do produtor do filme, Jeremy Prokosch. Du- rante uma longa cena doméstica Camille fala de seu des- prezo pelo marido. O rompimento acontece em Capri, onde são realizadas as externas do filme.


Ficha técnica:

Direção: Jean-Luc Godard

Roteiro: Jean-Luc Godard e Alberto Moravia
Título Original: Le Mépris
Origem: França/Itália
Duração: 102 min
Idioma: Francês
Legendas: Português
Formato: rmvb
Tamanho: 340 MB
Servidor: Megaupload

Link para baixar o filme: http://www.megaupload.com/?d=UUIS6447

Acossado


O brilho de Acossado (A Bout de Souffle) é evidente a todos, uma unanimidade da crítica especializada e da crítica de botequim (como essa). Mesmo eu preferindo Belmondo olhando pra câmera e dizendo “olá, eu sou um canalha!”, a cena de Patrícia caminhando vendendo New York Herald Tribuine é simplesmente o símbolo da Nouvelle Vague.

Sinopse: Após roubar um carro em Marselha, Michel Poic- card ruma para Paris. No caminho mata um policial e em Paris persuade a relutante Patricia Franchisi, uma estu- dante americana com quem se envolveu, para escondê-lo até receber o dinheiro que lhe devem. Michel promete a Patricia que irão juntos para a Itália, no entanto o crime de Michel está nos jornais e agora não há opção. Ele per- de a consciência da situação na qual se encontra e anda pela cidade cometendo pequenos delitos, mas quando é visto por um informante começa o final da sua trágica perseguição.


Ficha técnica:
Direção: Jean-Luc Godard

Roteiro: Jean-Luc Godard, baseado em estória de François Truffaut
Título Original: À Bout de Souffle
Origem: França
Duração: 86 min
Idioma: Francês/Inglês
Legendas: Português
Formato: rmvb
Tamanho: 280 MB
Servidor: Megaupload


Link para baixar o filme: http://www.megaupload.com/?d=L9XDT1TG

O começo da revolução...


Godard cria obras cujos tratamentos teórico e intelectual, produzem “peças” esteticamente completas. Seus filmes abordam idéias em acepção pura e sofisticada. Alguns títulos de verdadeiras obras de arte de Godard: A Bout de Souffle (1959); Lê Petit Soldat (1960) e Una Femme est une femme (1961). Filmes com o mesmo tema de fundo: um sujeito com uma idéia e vai até o fim pra realiza-la. Filmes imprevisíveis, obras maravilhosas e muito distintas, e não por acaso estão na lista dos “filmes da minha vida”.