domingo, 26 de junho de 2011

Vendo como Simone (n 11)

Era romântica, as vezes ríspida, centralizadora, mas romântica. Sabia que parte do mel dado a ela foi subtraído por sua própria culpa. Ela já não demostrava querer. Não se repreendeu, sabia que se não fosse ela a primeira, seria ele quem iria deixar que querer tanto doce. Sim, não teriam mais paciência. Pensou na harmonia na qual vivam e lembrou-se do dia em que ambos deixaram de querer comer doce.

Crepúsculo dos Deuses

Neste poste, divido com vocês minhas anotações da aula sobre o filme "Crepúsculo dos Deuses" do primeiro módulo (O Perspectivismo) do curso de História da Filosofia em + 40 filmes, para abrir o poste, selecionei o Trailer do filme, não é o oficial e infelizmente não tem legenda, mas resolvi postar mesmo assim porque achei este mais completo, porque oferece algumas informações sobre os atores. Para quem já assistiu ao filme ou pretende assistir fica fácil entender.

Aproveito ainda, para passar o link para fazer o download do filme:




Billy Wilder (1906-2002)

Polonês e Judeu, foi para a Alemanha para viver de cinema, mas teve de fugir para Hollywood na segunda guerra, quando perde seus pais em Auschwitz. Torna-se o principal nome do cinema hollywoodiano de seu tempo.

Filmografia:

Farrapo humano (1945)
O pecado mora ao lado (1955)
Quanto mais quente melhor (1959)
Beija-me idiota (1964)
Amigos amigos, negócios a parte (1981)
 
O filme: Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard - 1950)
Sombrio e cômio, marcado por diálogos ágeis e cínicos, construindo um retrato específico do fracasso e dos projetos que somos: Heidegger e Sartre - a vida é um projetar-se, a doação de sentido é como um tijolo mas a construção é passível de ruína. Vemos no filme uma mansão em ruínas, Norma, a dona da casa tem seus projetos em ruínas, por isso sempre está a beira do suicídio, despencando do que pensa ser.
O filme nos conta uma historia a partir de um ponto de vista privilegiado. Gilles, o narrador personagem, nos apresenta a sua versão dos fatos, e os personagens todos são versões de como ele percebe os outros. Os personagens estão em função de um mesmo.

O filme pode ser dividido em três perspectivas

I. Perspectiva de Wilder:

O diretor afirma que com este filme ele quis “retratar a vida em Hollywood”. Wilder não atribui adjetivos ao retrato que apresenta, apenas mostra os efeitos desse ambiente nas pessoas. Outra frase do diretor nos dá a dimensão do que ele quis mostrar:  “em Hollywood os sonhos se realizavam ou morriam”.
Sonhos são projetos e a morte deste é a morte do homem, portanto, nada melhor que um morto como narrador. A pergunta do filme é: “até que ponto estamos dispostos a chegar?”

Entrelaço ficção e realidade – a realidade (do / no) filme:

O filme retrata a decadência da Hollywood do tempo do diretor. Foram usadas locações reais, que de fato possuíam a áurea do filme:

O casarão que vemos possuía intimamente o contexto do filme, inclusive a dona verdadeira do casarão era como a dona da casa no filme. Os estúdios que são apresentados eram de fato estúdios da Paramount, e De Mille, que representa a si mesmo como o maior diretor da época, realmente estava filmando Sansão e Dalila (um filme dentro do filme). 

Gilles, quem nos narra suas memórias póstumas, seria uma versão de Wilder fracassado, que se une aos restos de sonhos (Norma) em nome da sua ganância. Wilder foi Giles até certo ponto, o diretor vingou mas seu personagem não. Na Alemanha, Wilder era um jovem querendo fazer seus filmes, impossibilitado, ele saia com velhas ricas para manter certa posição.

William Holden que interpretou Gilles: era um ator de filmes menores, mas chega a ganhar notoriedade a partir desse filme, onde, de certo modo, interpretava a si mesmo.
Gloria Swanson que interpretou Norma: tal como no filme, foi uma grande estrela do cinema mudo, e assim como muitas, perdeu espaço na era do cinema falado, por conta das performances carregadas. Entretanto a atriz não estava no ostracismo, era ativa, fazia programas de rádio.

Stroheim que interpretou o mordomo Max: foi de fato um gênio que nunca se realizou por completo, fez historia no cinema com clássicos como "Coração da humanidade (1918)""Agrande ilusão (37)"

Assim como no filme, o Stroheim, como diretor, fez de Swanson uma estrela do cinema mudo, dirigindo-a em filmes memoraveis, inclusive, quando a personagem Norma assiste a um de seus filmes com Gilles, a cena que vemos é do filme “Minha Rainha” dirigido por Stroheim, o fracasso que sepultou Swanson, depois deste filme diretor e atriz, que eram casados (assim como no filme de wilder) só voltaram a se falar para fazer Crepúsculo dos Deuses, redendeu a ela uma indicação ao oscar de melhor atriz em 1951. 
 
Hedda Hopper: de fato uma fofoqueira social, por isso dá a noticia da morte de Gilles no fim do filme

Bonecos de cera: tem uma intenção ambígua, pode soar como homenagem ou cínico, uma ode, ou ódio, mas de todo modo mostra a marginalização do cinema mudo.
1.Keaton: diretor que fez em “O homem das novidades” o mesmo que Wilder em Sunset Boulevard, acaba com sua produtora 30 anos antes de Wilder acabar com a Paramount.
2.Chaplin: também está presente no filme como uma estrela esquecida .
3.Anna Nilsson: é uma pré Greta Garbo
4.Warner: fez o filme “Rei dos reis”, onde foi o personagem principal e só, mostra o stigma de personagens grandiosos de mais.

Vemos que o filme conta com a participação de grandes ícones do cinema, o que nos faz perguntar como estes puderam aceitar representar nesse filme, o mais ácido filme hollywoodiano sobre Hollywood.
 
II. Perspectiva do personagem narrador:

Walter Benjamim proclama a morte do narrador. Em uma leitura histórica, a morte abre novas narrativas e acaba com outras, pois, a oniciência é uma propriedade divina e por isso não existe, deste modo, a morte do “narrador” está vinculada a própria morte de Deus, qualquer outro narrador é parcial, e por isso, não pode dar a versão completa.
No filme há um narrador oniciente, mas que sabemos ser parcial, acirrando a falta de convivência entre as pessoas, nossas relações com os outros são relações virtuais, porque nos relacionamos com a versão que fazemos do outro.

A cena de abertura é uma provocação para a versão em retrospectiva, junta pontas e monta figuras tentando fechar a trama em um circulo, e para isso, manipula. Vemos o narrador em um circulo hermenêutico (revisionismo) sobre si, busca a compreensão de si; a valorização das experiencias (a comunicação na obra de arte).

Gilles narra os fatos em primeira mão, antes dos jornais (outras versões), conta o que se vê, e o que não se vê, a revelação de si entre o narrado e o omitido. Difere personagens e narrador mostrando-se perigoso e malandro que lança o anzol para fisgar Norma. No fim, vemos que a lógica se inverte, vemos norma enterrar seu animal de estimação (um chimpanzé) quando Gilles chega, seria ele o novo macaco, mas o dado nos escapa, porque o narrador nos manipula.

Quem pretende estrelar Salomé, é Norma, e é ela quem beija o morto, Gilles vira um marionete, e assim como ele a realidade está afogada no jogo das perspectivas, passa de macaco a vira lata sem passado (na fala de Max ao telefone). Gilles começa a falar de si na terceira pessoa, não sabe quem é. A personagem Betty é como a vida com quem ele sempre flerta mas não casa, abre mão do amor para ser gigolô, possui um desprezo por si mesmo, e Desprezo é um tema recorrente na linguagem de Wilder.
 
III. Visão de Norma (fora da realidade)

Norma é uma hipérbole com lente de aumento, vive em uma redoma de ilusão (Heidegger – ser no mundo e ser com). O personagem Max tenta manter o minimo de organização no mundo de Norma. Gilles morre por querer destruir a redoma/mundo de Norma, na ótica de Gilles ele a está salvando.

Max está tão comprometido com Norma, que ela passa a ser seu mundo, ela é seu projeto (Max fez de Norma uma estrela, manter a luz da estrala é seu projeto). A mansão é lunática, como a dona, exagerada. Em seu onírico retorno, Norma age como se estivesse em um filme, vive como quem contracena, defende o cinema mudo, assume falar com os olhos, que o cinema é mais cinema sem a voz.

Interesse e desejo: Niet e Freud – todos enxergam o que ela não vê, que o seu tempo já passou, mas Norma cria sentidos para se proteger, como o último a saber, não sabe porque não quer ver. Na cena em que Betty descobre o segredo Gilles, vemos que ela também escolhe o que quer ver, mas Gilles se remoeu, acreditando que ela precisava ver.

Sempre o último a saber, porque? Porque não quer saber, mostrando que serve pra todos e não somente para os loucos. A doutrina do ponto de vista (Ortega y Gasset) – o ângulo é a lei, não podemos subtrair o olhar. O crime de Gilles foi quebrar a redoma de Norma, ela não duvida do seu ponto de vista, se assim fosse morreria, ela mata Gilles para não morrer.

Nas cenas finais as câmeras dos jornais, aumentam o delírio de Norma, neste momento Max vira De Mille e de algum modo Norma se realiza. Hedda Hopper e o exercito sem coração vêm a noticia espetáculo mais importante do que a pericia médica.



“Ei la sobre as câmeras, a vida foi estranhamente piedosa com Norma. O sonho com o qual se agarra acabou por envolve-la”

Close up final, Norma fora de foco, sombria e assombrosa.
E como comentário pessoal, a atuação de uma estrela muda, que fala maravilhosamente!

*Anotações de aula; Alexandre Costa; Historia da filosofia em + 40 filmes


Peço desculpas pelo tamanho do poste, mas realmente é difícil resumir quando tudo o que se vê parece importante e interessante, ficarei feliz em receber comentários de quem tenha visto o filme e lido minhas anotações.
Seguindo o contexto do modulo Perspectivismo, nada neste poste foi retirado de minhas opiniões pessoais, tudo foi anotado durante a palestra. Caso haja alguma batatada de minha parte, nada mais é do que o efeito do meu modo de ler o mundo, intrinsecamente às minhas anotações, está a minha perspectiva disso tudo. 

Michael Jackson

Quando Charlie Chaplin faria 100 anos, eu fiz um post em memória disso. Lembro de ter mencionado que ele era o homem mais famoso do mundo que até meu priminho de três anos ao me ver com uma camisa do Chaplin tentou imitar seu famoso andar.
Bom, ontem a multishow não nos deixou esquecer que já fazem dois anos que o rei do pop voltou para seu planeta (sim, eu acredito no filme MIB rs).
  
Lembro, então, que quando Michael Jackson morreu, este meu priminho ainda iria completar um ano, usava fraldas, havia pouco tempo que ele aprendera a andar, mas, quando colocávamos os clipes do rei, o petit fazia o moonwalker de fraldas descartáveis que o deixava com um enorme bumbum parecendo um frango (rs).
  
Podemos dizer que Chaplin foi o cara mais famoso da primeira metade do século passado, e o Michael Jackson foi o mais famoso da segunda metade do século XX, é algo incansável, fiquei ontem o dia inteiro assistindo seus clipes na TV. Se por um lado, a morte dele é mais um lembrete que, o século que se julgou eterno, acabou, por outro mostra o quanto ele foi foda!
Olho para o nosso tempo e penso, nossa geração não será eterna, ou alguém pode sentir com o Justin Bieber o mesmo que sentimos quando vemos imagens do pequeno Micheal?

Então devo confessar de uma vez, que quando ele morreu eu chorei assistindo ao memorial, e sai de loja em loja comprando alguns Cds, e muitos, muitos, muitos DVDs, afinal, para uma ex aluna de dança ver as coreografias é como voltar para um mundo de liberdade. (eu preciso voltar a dançar!)

Não posso negar que o MJ havia deixado de habitar meus sonhos desde que cresci e fiquei sem tempo para as aulas de jazz e balé. Mas eu não seria desse planeta se não fosse fã dele quando criança, e se não fazesse meus pais pedirem seus discos de presente de amigo oculto (rs), mais estranho ainda seria dizer que nas aulas de jazz a professora não nos fazia repetir as danças fodásticas do cara, e que os passos eram invenção da criatividade dela (rs).

Que o cara era estranho não dá pra fingir que a gente não via, sobre as historias envolvendo criancinhas, a explicação era que elas queriam ficar perto dele o tempo todo. Se fosse eu ia querer o mesmo, e, neste caso, ele é quem seria molestado por mim. Ter um Michael Jr deve render muito, tanto quanto ter um filho molestado por ele.
Digam o que disserem, acredito que todos, no fundo no fundo, torciam pela absolvição de Michael Jackson.

Bom, como boa fã de rock que sou, meu disco favorito é o BAD, e o clipe dessa musica (dirigido pelo Scorsese) está perfeito, a roupa; a dança; o tom rock n roll; o efeito do cara de patins... é o nosso tempo!
Nesse Cd temos clássicos do Michael Jackson, como minha musica favorita Dirty Diana e Man in the Mirror (cujo clipe é muito forte); Smooth Criminal e The way you make me feel (quem não queria ser a garota do clipe?). Caso haja quem não possua o CD, ai vai o link para baixar:
Por falar em rock, não posso deixar de mencionar que adorei a musica Give in to me, onde o Slash teve carta branca pra criar... O Slash fez ainda outras participações com o MJ, como quando tocou Black or Withe no VMA.

Por falar em Black or Withe, esse clipe é o clássico dos clássicos, com os dois icones do nosso tempo Michael Jackson e Macaulay Culkin.
Pensei em por mais fotos e clipes, mas acho que não será necessário, né?

domingo, 19 de junho de 2011

Vendo como Simone (n 12)

 Foi quando ela teve ciumes e se calou, chorou no escuro e ele não acedeu a luz para tentar fazê-la sorrir, mas a abraçou. Ela o sentiu por alguns instantes e se retirou dos braços dele. Cansaço e orgulho. Reconheceu que eram esses os vilões de suas vidas. Não se importou. Era feliz. Não me importo. Pensou ela. Morrer de amor sem ele em algum momento de sua vida poderia ser inevitável, a menos que morresse primeiro. Não me importo. Pensou. O amor desgasta mesmo, em alguns momentos corrói, nem sempre é doce como o rosto dele. Já estaria ela mesma, morrendo aos poucos.

Historia da filosofia em 40 filmes e mais 40 filmes

De 16 de maio de 2009 a 28 de fevereiro de 2010, no caixa cultural, rolou um curso livre e grátis que através de 40 filmes fazia um apanhado da historia da filosofia. Eu fui rigorosamente em todos os sábados e assistir a todos os 40 filmes e suas palestras.

Interessante foi ver, os 388 lugares do cinema ocupados em todas as sessões de sábados frios de chuva fina, e de sábados quentes de verão e praia. Fosse como fosse estávamos lá, uma grande turma de desconhecidos que se reunião nos sábados religiosamente às 10 horas da manhã, tudo por um amor em comum, o cinema e a filosofia. Fiz amigos, vez por outra os encontro nos cinemas. Eu os vejo, e é certo, lembro-me desse ano tão especial.

Bom, fico feliz em contar que vamos nos reunir mais uma vez, por mais 40 sábados iremos a nossa, sempre santa, mesmo que e por vezes diabólica, igreja. A mostra-curso segue por nove meses, sempre aos sábados, discutindo os dez temas filosóficos escolhidos pelos curadores-palestrantes Alexandre Costa e Patrick Pessoa para esta segunda edição.

Começou no sábado passado, 21 de maio de 2011, o curso livre de Historia da filosofia em mais 40 filmes. E até dia 24 de março de 2012, no teatro Nelson Rodrigues, av. Chile, 230, próximo ao Metrô da Carioca, os filmes começam às 10h e 30min. Ao final da exibição de cada filme, Alexandre Costa e Patrick Pessoa, alternadamente, proferem uma palestra, ao final da qual abrem espaço para o debate com o público.


O novo curso, assim como a edição anterior, irá por em pauta temas filosóficos fundamentais, e vamos porder assistir diálogos de cineastas como Bergman, Bertolucci, Hitchcock, Fassbinder, Scola, Resnais, Saura, Fellini, Ozu, Kubrick, Cassavetes, Hirszman e Godard, com importantes pensadores, entre eles Platão, Descartes, Kant, Marx, Nietzsche, Benjamin, Heidegger, Sartre e Foucault. A entrada é franca e a programação riquíssíma, cheia de filmes que dão vontade de fumar, mesmo que você não saiba tragar.

Os novos módulos temáticos são: “O perspectivismo”, “A (Má) Educação”, “O Estrangeiro”, “O Conformista”, ”A Técnica”, “A Arte”, “A Guerra”, “O Velho Oeste”, “O Brasil” e “O Amor”. Vamos então refletir sobre diferentes disciplinas filosóficas, tais como a metafísica, a epistemologia, a ética, a política e a estética.

Abrindo a mostra temos a reflexão sobre “O Perspectivismo” que parte de um fragmento de Nitzsche que põe em xeque tanto a crença em uma realidade objetiva existente em si mesma, quanto a crença em uma subjetividade transcendental comum a todos os homens. Os quatro filmes que integram este módulo permitem compreender o alcance ético, estético e ontológico do conceito de perspectivismo, central para todos os desdobramentos da Filosofia Contemporânea. As palestras mostrarão como Cidadão Kane do Orson Welles (21/05) problematiza a existência de uma realidade/identidade dada em si mesma, para além das múltiplas possibilidades de interpretá-la; como Gritos e sussurros do Bergman (28/05) e O crepúsculo dos deuses de Billy Wilder (4/06) apresentam distintos modos de compreender e lidar com a morte ou com a fragilidade dos projetos humanos; e como Psicose de Hitchcock (11/06) relativiza qualquer delimitação rígida entre o normal e o patológico.

Me ocorreu a possibilidade de postar as minhas "anotações de aula" no blog.

Bom, confesso que ando desorganizada, mas prometo fazer isso a partir do filme Crepúsculo dos Deuses de Billy Wilder.

Confira a programação completa do curso:

http://lavoroproducoes.com.br/historiadafilosofia/?page_id=36

ou

http://www.caixacultural.com.br/html/main.html

(o caixa cultural, além do curso, oferece outras programações de cinema muito boas como "Além das fronteiras: o cinema Suíço"; "20x Pornochanchada"; "Andy Warhol 16 mm" e "El deseo - O apaixonante cinema de Pedro Almodóvar").

Vendo como Simone (n 13)

Tão jovens os dois, e morrendo aos poucos. Era tão lento que não se via, sobretudo por fora, pareciam tão jovens a ponto dos anos passarem de dois em dois e ainda assim não se notarem mudanças nas faces. Lembrou da doçura da face dele. Por dentro morriam, eram comidos como cadáveres. As vezes podiam sentir as dores das mordidas.

domingo, 12 de junho de 2011

Vendo como Simone (n 14)

Minha morte é tão lenta. Ela pensou. Não me importo se ele a queira abreviar em algum momento, morremos por morrer. Já sei da dor do final do infinito. Agora sim nada mais pode me doer. Escolhi meu assassino. Posso me deixar morrer.