quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Entre dois poetas

Eu sangro tuas feridas,
Choro tuas tristezas,
Lamúrias do medo.
Nossas lentes cedo avistam crime e justiça.
Criamos e alimentamos,
Odiamos em cada cada-falso que te afeta a memória
E me leva a um palco de história
Fazer dos ventos os teus sussurros,
Dos esquecimentos nossos vultos.
Eu quero ser livre para chorar quando morreres em meus braços.
E sorriremos enlaçados
Faço de teu choro meu pranto,
De teu renascer meu canto,
De tua dor uma chama,
Da vida uma cama.


Quero te dar filhos,
Quero arrancar meus cabelos
E prender com os fios
Teus lábios tristes de poeta.
Eu agora,
Tento rimar tua beleza,
Arquitetônicamente,
Construir tua sutileza
Unicamente para mim.

...


Dar-te-ei um filho dos meus lábios,
Em afagos úmidos á teia tua, que interpenetra-me.
Na leveza lenta de teu abraço, me solta o cheiro do seu pulmão
Inscrevo-me na reza que é teu sorriso como uma fumaça
Nadando em teu peito, de braços abertos,
Me embrulho em teu ventre.
E da placenta tua, os nossos gametas são umbilicados até meu útero
Que nos regurgita um sopro de ar


Amo-te,
Por isso não desejo decifrar o amor,
Minha essência carnívora apenas quer carregá-la
[ consigo aos sonhos infindos de Platão.
Minh’alma quer largar-se de mim em busca da tua,
Me revelara o súbito que lhe tomara...
Chamarás a tua alma,
E de ti, sairá.
Puxarás pela essência,
E levarás para bailar ao etéreo,
No Éden destinado aos poetas (poetisas)
até aqueles (aquelas) que não sabem que são.
Rodopiarão e se entrelaçarão
Em meio às palavras dos antigos mortais...
Petrarca se afastará;
Camões duelar-se-á;
Gregório se punirá
E Maiakovski declamará por ressurreição.
E nós,
De corpos desalmados,
Como Zumbis que procuram sua liberdade na floresta,
na floresta das almas inquietantes,
estenderemos os braços e com olhos adormecidos,
nos cruzaremos.
E na bruta Terra que forra nossos pés calejados,
Sem a vestimenta que cubra a dor,
Bailaremos no compasso,
Regido pelos passos de nossas almas,
E conheceremos o amor.

Nossos corpos,
Num certo rodopio, formarão um só desejo,
Um só corpo,
Uma só morte
Um só amor...

...
 
 
Fale-me sobre o amor
E de todas as árvores sem folhas,
E de todas as rimas sem lógica.
Nesta frieza que cai de seus olhos esta a sua inocência que me faz
Miseravelmente explodir em sentimentos, destruir-me em palavras.
E essa dependência ela não me deixa ser livre como eu deveria de ser.
Se meus poemas servissem,
Eu seria feliz.
Morrer em seus braços seria a felicidade.
Mas a pior tristeza é saber que suas lagrimas não cariam.
Em saber que o ser que mais odeia coisas melosas, queria lhe dizer:
Eu te amo.
Eu te amo.
Eu te amo.
Eu te amo.

 
 
Ps:. de qualquer forma, dois poetas produzem muitas palavras para pouco amor. Quando me calei foi o momento no qual vedadeiramente amei!

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