segunda-feira, 4 de abril de 2011

É apenas o fim

Acabei de assistir ao filme "é apenas o fim" que causou muitos comentários por onde passou, alguns disseram que o filme é digno de um Godard, outros falaram tão mal, mas tão mal do filme que até me deu vergonha de assumir que eu estava querendo assistir.

Bobeira minha ter demorando até hoje, quando eu poderia tê-lo visto no festival do Rio, no meio de todo o burburinho e das "estrelas cults".

Como  fora de casa eu faço xixi em pé (rs) não vi, preferi esperar para assistir ao filme num dia de chuva num ano em que o carnaval foi em março.

O que tenho a dizer é, sobretudo:  VEJA O FILME!  

Ai está um bom link para baixa-lo: http://www.megaupload.com/?d=7TGPQRA4

E, para me animar depois de um filme tão desanimador* (considerando minha TPM) encontrei uma critica "bonitinha" ao filme que resolvi postar, então:

"Uma das sensações que, até há pouco, afirmaria com certeza nunca ter sentido é torcer por personagem de filme. E, menos ainda, para que mocinho-e-mocinha saiam de mãos dadas pela estrada depois de 120 minutos. Quebrado mais um tabu. "Apenas o Fim..." traz um roteiro envolvente, que prende a atenção do espectador e o faz torcer pelo beijo final de Érika Mader e do carismático Gregório Duvivier, o dono da bola. E é romântico sem ser piegas, pois aborda o romance entre jovens mesclando, em uma curiosa troca de sabores, o realismo e o romantismo. Fora o roteiro e as atuações corretas, não há muito o que falar. Os enquadramentos e recursos técnicos são simples, típicos de uma produção universitária como o filme é. Enfim, vale a pena conferir na estréia nacional, amanhã nos cinemas. O jovem cineasta Matheus Souza, mais novo que eu, mostra muita sensibilidade e um grande futuro. Assistam, eu gostei e torci."

  Lucas Alvares

Pra começar, a minha critica à critica, me pergunto, como alguém nunca torceu por um personagem?? O que é hollywood se não isso, emoção! nossa escolha por um personagem logo no trailer!
Eu diria justamente o oposto, poucas foram as vezes que o "mocinho" conseguiu não me conquistar, (o que foi maravilhoso) em "Taxi Drive" obviamente que essa era a intenção do Scorsese desde o principio.

Considerando que nem até o Godard fez seus personagens carismáticos (que não foram poucos, eu diria) nunca torcer por um personagem me soa bem estranho.

Mais estranha ainda fica tal afirmação quando, ao repassar o filme na minha cabeça, só consigo me recordar da sensação de incomodo com o tal casal, me parece ter sido feito para parecer improvável. Sabe a tal química que nos faz suspirar nas novelas e comédias românticas hollywoodianas? Bom, o casal não tem e isso faz do filme algo bem acima de uma comédia romântica.

Isso realmente me surpreendeu, porque eu comecei a assistir o filme como uma comédia romântica, e fui atacada por esse incomodo que o casal carrega, um certo vazio que beira a poética godariana. Não, não me surpreendo que em um mundo que anseia pelas ânsias fatais de caras como Godard, Glauber e companhia, veja em um filme desse algo como uma luz no fim do túnel.
Além do dito incomodo, fui arrebatada pelas coisinhas que mais gosto "CITAÕES" o filme é repleto delas, algumas são ditas com uma ironia tão singela que parece mesmo ser inocência.

Quebrando tabus? Isso o filme fez, mas nada que envolva a história, e sim o seu fazer o processo através do qual tal história é contada, uma história qualquer, comum, talvez tenha alguns confetes a mais que a historia de um ou outro casal, mas não é uma historia cinematográfica. É só uma historia sem começo e com um fim engraçado, como Brecht que distancia. (Vide algumas intervenções que brincam com o a realidade tanto nossa quanto a do filme, e isso ocorre justamente no final, creio que seja pra causar um maior distanciamento na hora derradeira, a hora do fim) 

Em uma coisa devo concordar, de fato o filme “é romântico sem ser piegas”, mas não porque mistura “realismo e o romantismo” e sim porque brinca com a realidade do filme e a nossa realidade, lembrando que a menina, cujo nome nem me lembro (acho que não tinha, e se assim for, o filme cresce ainda mais) só tem uma hora para se despedir do namorado (outro que pra mim, não tem nome) e é justamente essa uma hora que temos para assisti-los.

Ele fala de enquadramento e recursos, simples, sim, de fato são simples, a final esta é uma citação do Godard, que Matheus Souza deixou claro na irônica frase “transformers é melhor que todos os filmes do godard”.

Ai já começo a viajar, ou não, relacionando o fato da fuga da menina com a fuga de Belmondo em Acossado. Ou seguir a linha de Jules e Jim do Truffaut e imaginar que, ao ter algum cunho confessional, a menina representaria o diretor, visto que é o personagem que mais coloca citações mais importantes culturalmente, quando o rapaz é a voz da ironia.

Sensibilidade o filme possui, e vamos esperar pelo futuro do diretor... no final sabemos que ambas as visões sobre o filme não estão nem corretas nem erradas, são somente diferentes.

E qual será a sua?
 
*pra finalizar, o desanimador entra porque devo concordar que o filme pretendeu dar um panorama da nossa geração, e que vazio isso me deu! Me pergunto “sou triste porque sou livre ou sou livre porque sou triste” escrevendo a sentença máxima Godariana agora, sinto que esta foi também a sentença máxima do filme. Agora sim, tudo está mais claro pra mim. Quase posso chorar pelo meu tempo! hauahauhauahua

2 comentários:

  1. Nossa! Eu já gostava do seu blog, mas depois dessa hahaha Muiiito bom esse filme. Vim aqui ler um pouco e me deparei com esse filme e baixei, eu vi e me apaixonei por ele (ou eles). Continue mandando dicas de filmes como essas, como outros que vc já postou aqui... Eu adoro vir aqui. :)
    beijos miil.
    Ah! eu fiz um post sobre o filme no meu blog. http://acertosmedonhos.blogspot.com/2011/04/apenasofim.html

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  2. Brunna, que bom que vc gostou, também adorei seu blog...

    quanto a falar de cinema, pode deixar que esse é meu vicio! Bjusss e volte sempre

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